Água
fria
Nesse artigo iremos lhes
mostrar sobre a água fria, aquela na qual se escova os dentes, lava a louça,
limpa a varanda da edificação. Vale lembrar que temos o objetivo de também
mostrar a existência de uma Norma Brasileira sobre o assunto, ou seja, a NBR
5626 Instalações Prediais de Água Fria da ABNT.
Primeiramente, um conceito
básico: É a água que vai para os pontos de utilização da edificação com sua
temperatura ambiente, ou seja, sem sofrer aquecimento de forma não natural
(chuveiro elétrico, um exemplo).
Os principais objetivos de um
projeto dessa instalação são:
¨ Fornecimento contínuo de
água aos usuários e em quantidade suficiente, amenizando ao máximo os problemas
decorrentes da interrupção do funcionamento do sistema público de
abastecimento;
¨ Limitação de certos valores
de pressões e velocidades, definidos na referida Norma Técnica, assegurando-se
dessa forma o bom funcionamento da instalação e, evitando-se assim, consequentes
vazamentos e ruídos nas canalizações e aparelhos;
¨ Preservação da qualidade da
água através de técnicas de distribuição e reservação coerentes e adequadas
propiciando aos usuários boas condições de higiene, saúde e conforto.
O sistema de abastecimento
está ligado com o sistema de distribuição, sendo o de abastecimento se tratando
das fontes de captação da água (redes públicas e fontes privadas) e o de
distribuição as tubulações de alimentação que conduz a água até os pontos de
consumo.
Existem dois tipos de sistema
de distribuição: Direto e Indireto.
Sistema Direto: É aquele em que todas as
peças de utilização do edifício são ligadas diretamente à rede pública, através
de uma rede de distribuição.
Como vantagens do Sistema Direto, podemos citar:
‐ Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede
de distribuição.
‐ Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de
distribuição
pública
ser da ordem de 15 m.c.a.
‐ Menor custo da instalação, não havendo necessidade de
reservatórios,
bombas, registros de bóia,
etc.
Como desvantagens, há:
‐ Falta de água em caso de interrupção no sistema de distribuição;
‐ Grandes variações de pressão ao longo do dia em razão dos picos de consumo na
rede pública;
‐ Pressões elevadas em prédios situados nos pontos
baixos da cidade;
‐ Limitação da vazão, não havendo a possibilidade de
instalação
de válvulas
de descarga devido ao pequeno diâmetro
das ligações
domiciliares empregadas pelos serviços de abastecimento público;
‐ Possíveis golpes de aríete;
‐ Maior consumo (maior pressão);
Sistema
Indireto: A alimentação dos aparelhos,
das torneiras e peças da instalação é feita por meio de reservatórios. Há duas
possibilidades: por gravidade e hidropneumático.
Gravidade:
A distribuição é feita através de um reservatório superior que por sua vez é
alimentado, diretamente pela rede pública ou por um reservatório inferior.
Hidropneumático:
A rede de distribuição é pressurizada através de um tanque que contém água e
ar. É constituído por uma bomba centrífuga, um injetor de ar e um tanque de
pressão.
Como
vantagens do Sistema Indireto:
‐ Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no fornecimento, tem‐se um volume de água assegurado no reservatório;
‐ Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do
dia;
‐ Permite a instalação de válvula de descarga;
‐ Golpe de aríete desprezível;
‐ Menor consumo que no sistema
de abastecimento direto.
Como desvantagens, há:
‐ Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos
reservatórios
e à
introdução
de materiais indesejáveis
nos mesmos;
‐ Menores pressões, no caso da
impossibilidade da elevação
do reservatório;
‐ Maior custo da instalação devido a necessidade de
reservatórios,
registros de bóia
e outros acessórios.
Sistema Misto: Sistema de distribuição no
qual parte da instalação é alimentada diretamente pela rede de distribuição e
parte é alimentada indiretamente, através dos reservatórios.
Sobre os reservatórios da
rede pública apresenta uma determinada pressão, que varia ao longo da rede
distribuição. Dessa maneira, se o reservatório domiciliar ficar a uma altura
não atingida por essa pressão, a rede não terá capacidade de alimentá-lo. Como
limite prático, a altura do reservatório com relação à via pública não deve ser
superior a 9m. Quando o reservatório não pode ser alimentado diretamente pela
rede pública, deve-se utilizar um sistema de recalque, que é constituído, no
mínimo, de dois reservatórios (inferior e superior). O inferior será alimentado
pela rede de distribuição e alimentará o reservatório superior por meio de um
sistema de recalque (conjunto motor e bomba). O superior alimentará os pontos
de consumo por gravidade.
‐ Melhor qualidade da água, pois o abastecimento é direto em torneiras para
filtro, pia e cozinha e bebedouros;
‐ Fornecimento de água de forma
contínua no caso de interrupções no sistema de abastecimento ou de
distribuição;
‐ Permite a instalação de válvulas de descarga nos
banheiros.
Uma observação que podemos fazer, é que
geralmente as pias da cozinha, lavatórios e chuveiros, tanto em residências
quanto sobrados, podem ter duas torneiras: uma delas, abastecida pela rede
pública e a outra, pelo reservatório.
É importante citar que é
recomendado pela norma brasileira que, como mais conveniente para as condições
médias brasileiras, seja utilizado o sistema de distribuição indireta por
gravidade, admitindo o sistema misto (indireto por gravidade com direto) desde
que apenas alguns pontos de utilização, como torneira de jardim, torneiras de
pias de cozinha e de tanques, situados no pavimento térreo, sejam abastecidos
no sistema direto. A utilização dos sistemas de distribuição direta ou indireta
hidropneumática deve ser convenientemente justificada.
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